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CONTO ERÓTICO

Para ganhar frutas

Para ganhar frutas

   Na minha rua quase sempre aparecia um garoto querendo experimentar da novidade, o bom é que você com 18, 19 anos pode brincar junto que ninguém te olha com reprovação, são adolescentes brincando, então eu vivia encoxando ou passando a mão nos guris e tinha sempre alguém querendo alguma fruta do quintal lá de casa.

   Um destes meninos que visitou a minha casa foi um garoto chamado Boarnerges, que viria ser um dos meus cúmplices e confidentes anos após. Na verdade agente chamava ele de Bonerges, um dia convidei o mesmo para ir lá em casa e ainda não tinha banheiro chamava lá de privada, uma casinha amarela, com uma fossa no meio e bastante barata, um dia comi o Bonerges na privada e outro dia atrás do galinheiro, com estas duas vezes o Bonerges entraria para a lista.

   Mas a vontade não acaba, parecia que cada novo menino na rua era uma nova bundinha pra experimentar e cada vez que surgia um assunto sobre o fulano que deu pro ciclano , ai começava o assédio pra ele dar pra mim também, aquela chantagem que sempre acontece quando alguém é flagrado nesta situação. Não perdoava ninguém, nem tinha preconceito de cor, comia o que desse, ainda tinha um quintal cheio de frutas, a tentação da garotada, uns desses interesseiros foi um garoto chamado Marcelinho, era o maior ladrãozinho da redondeza, seu futuro já estava escrito, ia ser marginal, preso ou morto.

   Pois sua vida era entrar na casa dos outros e roubar, mas como todo menino também gostava de frutas, dinheiro e fazia qualquer coisa pra ter, inclusive dar a bundinha, lembro uma vez ele com um amigo, um tal de Kunta Qui tê, apelido que deram pro amigo dele, queriam umas mangas lá de casa e que se eu desse as frutas o Marcelinho ia dar pra mim, o problema era que o cuzinho do Marcelinho, era muito apertadinho, então a condição era eu comer ele e contar até cinqüenta, depois acabava, então assim foi feito comi ele e contei devagar até cinqüenta e o Marcelinho entrava na lista, o único que deu desta forma contando até cinqüenta, pode-se dizer que foi 50 estocadinhas.

   E a vida continuava nesta levada, brincadeira, aulas, tudo normal, e uma louca vontade de conhecer novas aventuras, de vez em quando davam umas bolas fora, pois nem todo menino, gostava de dar o cuzinho, pelo menos pra mim, tinha uns que davam pra outros meninos e alguns eu sei que deram pra outros, mas nunca deram pra mim, pena, Nestes tempos conheci também o Vaguinho, ficava muito na casa da Etel, a mãe dele trabalhava lá, chamava-se Lia, um dia prometi ao vaguinho um boneco de plástico do super homem pra ele dar pra mim, então comi ele próximo ao lago dos patos.

   Lembro que ele chupou mas disse que quase engasgou, lembro também que pra ganhar uns jatobás o Vaguinho chupou meu pau pela cerca que separava minha casa da casa da Etel, no meio do boquete, meu pai apareceu e tivemos que parar, minha perna tremia demais quando comia o Vaguinho, nunca vi coisa igual, acabei vendo o Vaguinho uns anos atrás, já pai de família, mas ele já estava na minha lista.

   Nesta época de frutas apareceu o Carlinhos, este todo mundo dizia que era pé de meia, pôs falavam que tinha um pinto enorme, mas como não me interessava esta parte, cantei o Carlinhos em troca de umas mangas, sei que e não cheguei a comer bem o Carlinhos, uma vez, no quartinho do meu pai, bateram na porta, outro dia era Sexta-feira da paixão e eu deixei o catolicismo falar mais alto, depois ia comer ele perto do Pitangui e também não deu certo.

rickluar@bol.com.br  

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